SABEDORIA

Como é feliz o homem que acha a sabedoria, o homem que obtém entendimento, pois a sabedoria é mais proveitosa que a prata e rende mais que o ouro. É mais preciosa que rubis; nada do que você possa desejar se compara a ela. Na mão direita, a sabedoria lhe garante a vida longa, na mão esquerda, riquezas e honra. Os caminhos da sabedoria são caminhos agradáveis e todas as suas veredas são paz. (Provérbios 3:13-17)

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

QUEM ERA ARTHUR FLECK?


Resultado de imagem para o coringa

Quem era Arthur Fleck?

Uma reflexão sobre o filme O curinga. Contém spoliers...

    " É impressão minha, ou o mundo está ficando mais maluco?" Esta pergunta de Arthur Fleck à sua assistente social, chamou-me a atenção pelo seguinte fato: Arthur, mais tarde o curinga, era um rapaz solitário, portador de uma psicose do riso que o envolvia em situações amargas. Ele soltava gargalhadas incontroláveis mesmo diante de situações conflituosas e perigosas, uma resposta involuntária e muitas vezes inocente. O protagonista vivia o drama dos excluídos da sociedade e tinha momentos de alegria apenas ao lado da mãe que aparentemente apresentava distúrbios psicológicos e era extremamente dependente de Arthur. Dois seres solitários relegados à indiferença do poder público e ilhados da empatia de qualquer ser humano.
     Arthur não apresentava comportamento violento, pelo contrário, sofreu violência física, injustiça e assédio moral por parte dos que o rodeavam. Parecia que as pessoas sentiam prazer em feri-lo, já que não era uma pessoa considerada " normal". Tinha acabado de saber que o governo havia cortado o programa social do qual era beneficiário com atendimento psicológico e ainda na volta para casa, vem a cena do metrô em que três rapazes, considerados ilustres assediam de forma desrespeitosa uma jovem que estava sozinha. A doença do riso se manisfesta e os rapazes surram brutalmente Arthur, que não parava de rir, logo  desperta-se o Coringa que estava adormecido, pois Arthur reage à surra que levava dos rapazes com tiros certeiros de uma arma que lhe foi oferecida por um colega de trabalho. Curiosamente, o personagem se tranca m um banheiro público e não demonstra remorso, faz sim, uma dança em comemoração do que se foi e do que estava por vir.
    A partir deste ato criminoso, O coringa se revela e Arthur Fleck vai se perdendo na narrativa. A mãe que sempre pediu que ele colocasse um sorriso no rosto, também foi vítima do palhaço que resolveu se vingar de todos que lhe maltrataram. Ela alegara q ele era  filho do homem mais rico de Gottam, Thomas Wayne, a quem sempre  pedia em cartas ajuda para os dois desvalidos, mas Wayne nega as afirmações, dizendo que a mulher sofria de psicose, o que deixa Arthur confuso, irado por ter sido enganado. 
       Até então, são apresentados motivos para a reação violenta de Fleck, mas é preciso salientar que nada justifica a violência, apenas explica. Há muitos Flecks perdidos na sociedade, que caminham nas sombras da exclusão e não reagem com crueldade. Mas também é preciso lançar um olhar reflexivo sobre este emblemático personagem que mexe até mesmo com a cabeça dos atores que o encenam e mudarmos nossa forma de lidar com o próximo. As dores de Arthur podem ser nossas dores e uma frase dele não me sai da cabeça: " A pior parte de se ter uma doença é que as pessoas esperam que você viva como se não a tivesse." Outra frase dita à assistente social também revela um traço da dupla personalidade do personagem quando diz: Você não ouve uma só palavra do que eu digo, nunca ouviu você me  pergunta se eu tenho pensamentos negativos e eu só tenho pensamentos negativos.
      Não se esgotam aqui as reflexões e polêmicas, há muito ainda o que se extrair desta bela crônica do mundo pós- moderno. A atuação de Joaquim Phoenix merece um oscar, mas também merece um oscar os atores da vida real que não envergam sua dignidade diante das intempéries da vida.Vale assistir ao filme e pensar quão doente está nosso mundo, quão carentes e solitárias as pessoas vivem por que estamos sob  a égide do egoísmo e da individualismo. 

Elzenir Apolinário

domingo, 4 de novembro de 2018

SOBRE A CHUVA


Ela cai sem pedir licença fazendo sua poesia 
às vezes barulhenta vez por outra suave

Na infância, o ronco estrondoso dos relâmpagos causava medo
os ventos que a anunciavam traziam o receio e o pavor
quando caia em blocos de neve, orávamos para os telhados suportarem...
e quando ia embora, deixava um rastro de dor ou felicidade...
as enchentes que levavam sonhos e conquistas
as pequenas enxurradas que serviam para a alegria da meninada
com seus barquinhos vulneráveis de papel...
 trazia esperança de vida nos campos
mas em abundância deixava angústia de trabalhos perdidos
e o pão de cada dia se escoava em rasas valas...
assim é a natureza, inocente e impiedosa
não se pode contê-la

A chuva que cai lá fora é poesia mansa
é um alívio para o verde que a espera
desperta a saudade nos corações solitários
mas acalma pensamentos atribulados e aflitos
no decorrer dos anos a  chuva é esperança 
seus barulhos não atemorizam
A chuva agora sempre será poesia...

Elzenir Apolinário

terça-feira, 7 de março de 2017

CHANSON DES FEMMES


Chanson des femmes

Les femmes sont belles comme roses
elles enchantent silencieuses les chemines par que passent
meme les sovages fleurs sus les gros epines
que les protegent  qu`elles soient cuillé, parfument  l`air

Ses alms amenent ses râves tant bleus
ses yeux parfois tant tristes cachent 
les épreuves qui seulement une femme sente
ses tenús sourires brillant pour cacher ses solitaires nuits

Ses levres ne disent pas des mots
parce que le monde ne les comprend pas, ne les respecte pas
elles suivent le cour du temp qu` aussi est son antagoniste
ni persone voule savoir de ses desires

Et elles marchent malgré de les douleurs que blessent ses coeurs
parce qu` elles sont trop fortes, elles sont femmes!!!!

 Elzenir Apolinário

Tradução
Canção das mulheres
As mulheres são belas como rosas
elas encantam silenciosas os caminhos por que passam
mesmo as flores selvagens sob seus grossos espinhos
que lhes protegem de que elas sejam colhidas perfumam o ar.

Suas almas carregam seus sonhos tão azuis
seus olhos às vezes tão tristes escondem
os sofrimentos que somente uma mulher sente
seus tênues sorrisos brilham para esconder suas solitárias noites

Seus lábios não dizem as palavras
porque o mundo não as compreende e não respeita
elas seguem o curso do tempo que também é seu antagonista
ninguém quer saber de seus desejos

E elas caminham apesar das dores que fere seus corações
porque elas são muito fortes, elas são mulheres!!!

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Le silence du jardin












As folhas caiam sem fazer ruídos
era total o silêncio do jardim
um imperativo silêncio que calava
até mesmo a brisa mansa

Era proibida a entrada das palavras
só havia a beleza das flores que inebriava os olhos
e sobrepujava qualquer ofuscamento
o perfume reinava soberano sobre os ares

A serenidade encontrou seu lar
nada podia contra o silêncio
que intrépido revolvia um barulho
dentro daquela alma chacoalhada
e amordaçada pelo tempo

A luta entre o vento forte e a brisa começa...
não se pode saber o vencedor
neste momento, o silêncio habitava apenas os canteiros
enquanto ali dentro havia uma temerosa batalha

Que direito teria este senhor de julgar as almas rendidas?
teria tal poder este imperador dos jardins que atraem pela beleza
mas cobram um alto preço pela saída?

O silêncio é impiedoso
provoca o barulho de dentro
inquieta a alma, lança-a de um lado para outro
faz dela sua escrava

A pobre alma sucumbe sem forças
entrega-se àquele juiz severo
que vem revolver-lhe as entranhas
roubando-lhe a paz e trazendo-lhe a tormenta
vai-se atordoada pelas ruas sem destino

Imponente, o belo jardim ainda encanta
e seu imperioso silêncio dorme à espera
de outras almas inocentes...

Elzenir Apolinário/julho 2016
 ( Imagem: Jardim Keukenhof- Holanda)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O AMOR PODE ESPERAR


Ela caminhava pelas ruas escuras da cidade indiferente
as flores que trazia nos cabelos ficaram perdidas em um beco escuro
ou em uma esquina invasiva
absorta em pensamentos, não enxergava o mundo a seu redor
já não importava parar ou seguir...

Seus olhos de brilho intenso ficaram perdidos na escusa noite
o sorriso que coloria sua face escondeu-se por longas horas
nada havia ao redor, apenas o inquietante silêncio do vazio
Aquele lugar lhe era inóspito, longe dos desenhos tecidos por seus sonhos

O coração que se agitava no peito, agora, apenas lhe garantia a vida
era apenas um corpo em movimento que vagava no espaço solitário
procurava algo...O amor. Não encontrava! Teria ele abandonado a cidade?
poderia ser agora um ser em esperanças como ela, que desistiu de um mundo tão frio...

Em passos trôpegos, ela não sente o chão...
Seus pés lentos em vão seguem um rumo desconhecido
ela se sente sozinha e invadida pelo medo...
por um instante pensa em desistir da caminhada
está enclausurada em um labirinto sem saída, abandonada em seu destino


Ao longe,  uma luz alva lhe atrai...Fugiria como os cegos?
são as flores de outrora...As flores perdidas na escuridão
Ela se enche de esperança e em passos firmes segue em
direção àquela luz que dissipa o vazio e rompe as amarras do medo
segue ao encontro do amor verdadeiro, incomensurável
que a esperava silenciosamente em um canto da cidade...

Elzenir Apolinário